Campo de Murundus são microrrelevos formados por um conjunto de morrotes que se desenvolvem nas proximidades das cabeceiras e margens de drenagens.

 

Caracterizam-se pela ocorrência de solos hidromórficos, de coloração acinzentada permanentemente saturados por água, associados a presença de aquíferos suspensos aflorantes e subaflorantes considerados também, como zona de recarga do aquífero livre ou lençol freático.

 

Os campos de murundus constituem área de reserva de biodiversidade, tanto da flora como da fauna. Esses são recobertos por vegetação de Cerrado e dependendo das dimensões do murundu, a cobertura vegetal pode ser de gramíneas, arbustos ou árvores.

 

Possuem grande importância hídrica, pois as variações sazonais do nível do lençol freático, nessas áreas, garantem o fluxo superficial saturado em direção aos corpos d’água. Essas áreas funcionam como áreas de nascentes/mananciais de tamanho variável, ou seja, a partir das primeiras chuvas, o solo satura-se devido à baixa capacidade de infiltração ou ainda por causa de sua alta umidade antecedente, em função da proximidade do lençol freático à superfície, gerando escoamento superficial saturado em direção às calhas de drenagem.

 

murundus 1

 

 

A Instrução Normativa nº 39, de 21 de fevereiro de 2014, dispõe sobre a preservação dos campos de murundus e a Lei nº 6.520, de 17 de março de 2020, no artigo 4º, considera os campos de murundus como área de preservação permanente, uma das formas mais restritivas de proteção instituídas pelo Código Florestal.

 

murundus 2

 

A fitofisionomia campos de murundu é encontrada nos domínios da Universidade de Brasília. Podem ser observados na Fazenda Água Limpa e no campus UnB Gama. Neste, compreende mais de 30% da área total do campus, conforme mapa acima.